Ana Dos Santos, Carmen Lima, Fátima Farias, Delma Gonçalves, Lilian Rocha, Taiasmin Ohnmacht
Travessias de Amanaã é um livro de mulheres. E, mulheres são, a priori, entidades. Unidas, são força real; irmanadas na luta, pólvora; coesas em arte, deusas em ebulição. AMANAÃ é um ser intuído pelo poder de seis mulheres negras. Uma energia que passa de raiz à semente. O livro apresenta as travessias de cada uma neste mundo em diáspora.
Ana dos Santos, Carmen Lima, Delma gonçalves, Fátima Farias, Lilian Rocha e Taiasmin Ohnmacht: seis mulheres negras, escritoras, que, à semelhança de Conceição Evaristo, também falam de vivências. Suas e de outras mulheres. Os textos acontecem em forma de poemas ou contos. Falam do que e de quem foi ou é renegado. Falam do que e de quem foi ou é esquecido. Falam de amor, de autoamor. Falam de alegrias e de dores. Farisa, a menina que não podia falar com espíritos de brancos; uma menina de tranças, que renasce todos os dias; a bruxa, que renasce das cicatrizes; a mulher que rompe com um ciclo de dor; a que sonha e acorda molhada; a professora cujo aluno não conseguiu fazer o trabalho solicitado; a que é perseguida pelo segurança da loja; aquela cujo corpo recebe a bala perdida; a resposta certeira e forte aos olhares preconceituosos de todos os dias.
"Vejo todas as que são atingidas – e mortas – pelo racismo, pelo machismo, pelas opressões todas. Vejo as que amam, as que desamam e as que não são amadas. Estamos todas visíveis nos textos deste livro. Refletidas num espelho cuja imagem até incomoda. E esse incômodo – para mim positivo – (...) traduz o conceito pleno de coletivo, de aquilombamento. De Ubuntu!" Por Rudiléia Paré Neves, Professora, coordenadora do Coletivo de Mulheres Negras Iyá Agbara