Apesar do nome (Elogio dos tratados sobre a crítica dos discursos), este livro é um chiste, uma piada, com muito bom humor e non sense. Consiste em uma novela pseudo-surrealista antifilosófica em que um protagonista sem nome convive com mendigos, um cachorro metamórfico e um intelectual de estimação em um apartamento de onde não consegue sair. Cheio de referências literárias, deboche, crítica e linguagem informal, Rafael Escobar compôs uma obra inusitada, para jovens acostumados a fatos surpreendentes e fantásticos. Um trecho: Chamou uma vez, e eu desliguei; senti uma raiva incontrolável e joguei o celular longe – o aparelho acabou entrando pela janela de um ônibus parado, e atingiu a cara de uma velha que tava sentada reclamando de quem senta nos assentos preferenciais – eu sei disso porque eu também tava lá, dentro do ônibus, do lado da velha, sentado num assento preferencial. Quando vi que eu mesmo tinha jogado meu celular lá dentro, me preocupei comigo e gritei pro motorista não acelerar, que eu tinha decidido descer naquela parada também. A capa do livro foi feita pelo próprio artista, trata-se da capa do envelope no qual entregou os originais para a editora. O livro tem formato de bolso (série Poche).
Rafael Escobar nasceu em 1991, em Porto Alegre, onde vive. É autor do livro de poemas Incerto sim, em formato de bolso (série Poche) e do romance Bando de desgraçado (Ornitorrinco, 2018). Criador da página Fragmento de Frase, no Facebook, onde escreve crônicas, e do programa Sebito, na radioeletrica.com, podcast voltado para a arte independente. Com o projeto musical colhér criou três álbuns, que podem ser encontrados na internet.