A artista Maria Tomaselli, neste seu terceiro livro, explora uma narrativa que trata de desigualdade social e sistema carcerário, demonstrando perplexidade frente a um contexto social incoerente e hipócrita. O romance, fictício, mas também verdadeiro, mostra Azelene, presidiária em regime semiaberto, que usa tornozeleira, que é aceita para trabalhar em uma casa de classe média, com a patroa Karolline. A relação entre elas é densa. Tomaselli se inspirou em diferentes experiências para escrever sobre esse universo. Há 40 anos acompanhou Iberê Camargo em suas aulas de pintura para apenados no presídio central (que ela prosseguiu sozinha após o retorno de Iberê ao Rio). Ela se chama Azelene traz fragmentos do escritor Fernando Cacciatore de Garcia e é ilustrado com as gravuras da série Voos Abortados de pinturas e gravuras em metal. O prefácio é de Arnaldo Sisson.