Eleutério Paredes é daqueles personagens que conquistam a simpatia e a cumplicidade dos leitores. Um corretor imobiliário, em crise existencial, deseja ver sua cidade mais humana, em um idealizado cenário de crescimento sustentável. Atrapalhado em instáveis relações afetivas com sua jovem filha, Teté Paredes, como é chamado pelos amigos, descreve um mundo real que nos cerca em uma inevitável reflexão. As pessoas, afinal, lutam por si mesmas, independentemente de regras, moral e solidariedade, ou seria ele apenas um desajustado? Corretores, jornalistas, vândalos e outros cínicos atordoam sua vida, em um misto de golpes baixos e alguns lances de sorte. Paredes luta, com instintiva e surpreendente ironia, para preservar seu casarão (e sua dignidade) em meio a um mercado imobiliário corrosivo e corrupto, sofrendo imposições físicas e psicológicas. Em contraponto, um romance com a antiga namorada é retomado, trazendo esperança à narrativa. Eleutério Paredes torna-se um Dom Quixote e lutará, com sua fiel funcionária, Dasdô, contra gigantes que nada têm de fantásticos. Conseguirá o seu intento ou estará tudo dominado?