Babá

Jandiro Adriano Koch parte da efervescência cultural e noturna no Rio de Janeiro, entre poetas, intelectuais e profissionais do sexo no Largo do Rocio para propor reflexões sobre a população LGBTQI+ na sociedade brasileira. A partir de extensa pesquisa, Jandiro se depara com o suicídio de um negro chamado Babá, em 1889, no Rio de Janeiro, em zona de meretrício. Esta morte foi registrada no panfleto antimonarquista O Meio, em texto assinado pelos poetas editores Pardal Mallet, Coelho Neto e Paula Ney. No pequeno jornal, são abordadas as relações homoeróticas na noite carioca, em um mundo de réplicas, tréplicas, apelidos e fofocas, onde não poderia faltar um caso de amor não correspondido. Neste caso, Babá foi a vítima de uma rejeição. O preconceito com que os homossexuais eram tratados pela sociedade, justificam a reação dos poetas, também frequentadores da noite boêmia. Em outros tempos, Babá, ao morrer, seria homenageado por amar tanto quanto os deuses no Olimpo e não mereceria apenas uma cova rasa.  Este livro de Jandiro, além de O crush de Álvares de Azevedo (Libretos, 2019), do mesmo autor, são registros raros sobre gênero, que encontram na pesquisa acadêmica um longo caminho a ser percorrido. Formato de bolso (série Poche).